quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Francisco chamou meu nome...

 Uma, duas. Talvez, três vezes. Eu precisava ir embora, seguir em frente. E atrás de mim estava o amor da minha vida. Talvez o primeiro ou como eu tinha - quase - certeza, o único. Inevitavelmente, eu precisava ir. Eu seria capaz de fazer mal a mim, mas não a ele. Justamente a única pessoa que me fez bem e que olhou para mim e, surpreendentemente, me enxergou. Da forma que eu sou. Com todos os erros, os defeitos. E as qualidades. Porque sim, eu possuo qualidades. Não sou nenhuma vilã, oh céus!. Só quero ser feliz, isso é pecado? Se for, serei condenada ao inferno. O que não é nada demais. Um outro inferno depois deste. […] Por que é tão fácil estar perto de você e tão difícil conseguir ficar com você? Eu quero Francisco; comigo. Para sempre. Ou pelo menos, enquanto pudermos fazer um ao outro feliz. […] Não tenho termos confusos para decepção. Eu errei, sim. Eu sei. Eu sou torta, tenho defeitos, tenho medo de altura e não sei andar de bicicleta. Sou frágil e tão simples quanto se pode ver. Mas disso tudo, ele já sabia. E mesmo assim lutou por mim e me amou, como ninguém mais fez. E por tudo isso, eu precisava deixá-lo ir. Pelo meu amor, meu cuidado e meu carinho com ele. Eu só queria vê-lo feliz. […] Ao mesmo tempo que tentava deixá-lo partir, meu coração insano me dizia que sem ele eu não conseguiria seguir em frente. Meu destino era ele, irremediavelmente. Eu tinha certeza disso. Não importa quantos rumos errados eu tomasse ou quantas decisões insanas eu tivesse e mesmo que entregasse meu coração a outro; Francisco sempre seria meu destino. Destino não é algo que de certo, vá acontecer. Não, isso não existe. Nada na vida segue um plano, é tudo construção. São tijolos sobre tijolos que você coloca no lugar certo ou não. E seja como quer que fosse, eu sempre o amaria. Todos esses sentimentos me afligindo tão facilmente e eu, mortificada. Inerte. Não sabia se ía ou vinha. Ou, até mesmo, se ficava ali, parada. Então, resolvi. Valsei a dança dos ventos, vesti a pluma e fui leve, fui sonho. […] Sonhei.

Como quer que fosse eu decidi não ser uma vítima de mim. Em vez de deixá-lo ir sem ter a certeza se ele voltaria, eu preferi ir junto dele construir a nossa felicidade atemporal. Sem prazo de validade.
— Francisco, Francisco! — Com ponto e vírgula, chamei desesperada.
— Helena, minha flor! — Respondeu assustado, atônito.
— Eu… Eu… — Não conseguia falar.
— Não precisa. Eu sabia que não me deixaria ir. — Disse ele, enquanto envolvia seus braços em mim e me passava toda a segurança do Mundo.
— Como?
— Quem ama não deixa ir.
— Então…
— Foi por isso que você resolveu arriscar.
— O certo, o incerto. E finalmente, você.
— Sim.
— E ao nosso amor.
— Com toda certeza do Mundo, meu amor!
— Helena, nada tema! Quanto as dificuldades, te acalma… E-attraversiamo.

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