quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Hoje não sei mais quem sou.


Sempre fui daquelas que na rosa, gosta mais do espinho. Sempre fui um furacão, já que nunca aceitei devastações incompletas. Sempre gostei do mais, do forte. E pra falar a verdade, o medo sempre me fascinou. Pra ser mais exata, a facilidade de lidar com ele. Porque, acima de tudo, sempre acreditei que o que torna uma pessoa corajosa não é a ausência de medo, mas sim, a capacidade de lidar com ele. Mas então, meu caro, como dizia… Sempre fui. Até lhe encontrar. Meio torta, bamba. Quase caindo. Cambaleando por esses caminhos tortos da vida, te encontrei rebelde. E, confesso que encantei-me com esse jeito de malandro. Como quem não quer nada e come pelas beiradas. Pode parecer um tanto quanto agressivo mas te achei “um pedaço de mal caminho” e então olhei pra vida e tratei de pedir “por favor”. Sonhar nunca foi comigo, sempre fui pessimista. Do tipo que acreditava que a luz do Sol só serve pra nos dizer que é dia e, nada mais. E imediatismo, também sempre foi um de meus nomes, se me permite… Acreditava em quase tudo que me diziam. E achava que era muito, quando na verdade, não era quase nada. Só sei dizer, meu caro, que hoje em dia, acredito em menos que nada. Deus, o diabo ou sei-lá-o-quê, nunca se interessaram por essa minha vida insossa. Confesso, novamente, que fazia pedidos um tanto quanto práticos a primeira divindade e, nunca cheguei a obter resposta. Mas repito sempre à mim mesma: “cada um sabe no que acredita”. Fé é um dom. Perdi o meu numa terça ou quarta-feira de agosto. Se bem me lembro. Mas então, meu caro, vi você. Que talvez nem se importe com a minha dor mas me faz pelo menos que por um tempo, parar de senti-la. Sua companhia. E as palavras incertas, que de concretas não tem nada, me inebriam. E me fazem escrever. A dor, a dor e a superação. Porque tudo na vida é passageiro, numa hora estamos vivos e na outra simplesmente paramos de respirar. Mas o que há de se fazer, não é, meu caro? Amamos as pessoas que vão. E as pessoas que se vão, são as que amavámos. Mas inevitavelmente, elas se vão. Sem pedir licença. Ou algo do tipo. Algumas mais precocemente, outras, depois de uma vida inteira de desvaneios. De qualquer forma, é preciso continuar. Até que enfim o elo ou ciclo, se quebre, e possamos partir para o paraíso. Porque, convenhamos, eu também não acredito nessas coisas mas, há de existir um algo a mais que essa medíocre vida, não é mesmo?

Até mais tarde…

Boa tarde, boa viagem, boa vida. Ou qualquer coisa que seja.

Nenhum comentário:

Postar um comentário