sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Prisioneira de mim mesma, arranquei as rosas do cabelo e rasguei as roupas de seda. Os trapos me cabiam melhor.


Se fosse noite ou dia, eu não via. Se a dor doía, eu não sentia.Se fosse você ou outro, eu não sabia.Eu ia, só seguia.Não sabia quem era nem pra onde iria, só ia…Repito: só ia.
Fomos felizes durante muito tempo e se der, quero dizer se o tempo permitir, contarei nossa história. Se não permitir, me aquieto na metade. É, é isso.
Nos conhecemos na primavera e conversamos até o verão, os beijos acalorados vieram para aquecer o inverno e na outra primavera eu já amava sozinha. Sucedeu-se que foi tudo uma ventania, bem rápido e intenso. Nosso amor era rosa, é rosa, foi rosa. Belo, delicado e cortante. Chego a me perguntar: será que passou? Será que acabou? Mas meu coração sussurra baixinho… “amor não acaba”. Quiçá seja uma fase, então. Tomara.
Valsamos na praia de Copacabana à meia-noite de um sábado e hoje vago, prisioneira de mim mesma, em Paris. Os ventos confundem meus pensamentos junto de meus cabelos. Vim ser feliz em Paris. Arranquei as rosas que ele pôs no meu cabelo e os espinhos que martelou no meu coração, rasguei a seda e vesti trapos. Atravessei o oceano pra tentar esquecer meu coração num outro continente, mas o que ficou foi a minha mente. Só penso nele, é só dele que quero saber. 
O rádio toca nossa música e a Torre Eifell é a amiga mais próxima que tenho. Minhas lágrimas tocam o chão e se ele sente minha falta, não sei dizer. Mas eu sinto a dele. E meus pés, em especial, sentem falta dos pés dele.
Meu coração tá chorando, meu amor. Acuda! Liberte-me de mim mesma, me socorra deste sequestro que arquitetei, pague o resgate. O resgate é de um preço inestimável, espero que possa pagar.
Pague o resgate que é um beijo teu e venha me buscar. Valse comigo a beira do Rio Sena; perdoe-me e cubra-me com teu amor. Rasgue meus trapos e tenha-me tua, nua. Tenha-me. 
Deixe-me ver a beleza desse nosso amor rosa. E não me deixe ir outra vez. Rogo-te.

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