quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Seus sentimentos estão mortos agora, Helena...


 ..Assim como também aconteceu aos meus. Seja bem vida ao inferno ou não-sentir, como anteriormente já havia lhe dito. A monotonia de acordar todos os dias e não saber o porquê é uma coisa deveras cansativa, Querida. Mas não, não precisa ter medo. Vou te explicar como funciona…

Começa de dentro pra fora e quando você dá por si, já está estampado em seu rosto: a dor. Isso não é o pior, não se assuste. É o começo. Do fim… Sentir é tudo, Helena. Uma respiração, um toque, um cheiro. Um pulsar. De um coração apaixonado chamando teu nome. Isso eu também já experimentei. E doeu, ah! A dor de sentir e depois perder é a pior de todas, Helena. Sabe, num dia você tem o Mundo em suas mãos. Você tem amor… E no outro, o que é que te resta? Só os restos e os cacos do que já foi e do que já viveu um dia… Um dia, Helena. No passado. Sobreviver de lembranças é desgastante e te mata aos poucos. Você está cometendo suicídio, Helena. E, eu irei junto à ti, minha pequena.

Alguns sofrimentos são inevitáveis, irremediáveis. Outros, a gente pode sim evitar. Mas é escolha, minha querida. É tudo escolha e consequência… A vida se trata disso. Infelizm… Ou não. A dor nos endurece, Helena. E esfria também. Sabes? Não se enterre. Não seja eu. Não, não… O pior é o “entregar-se” e depois, deixar… Deixar, abandonar. Enterrar… A vida. Morte em vida, Helena. Conheces? Estas prestes a experimentar, não se apresse. Não precisa. O amor é suicídio, Querida. Aprenda. Não há como amar sem sofrer e, não há como viver sem amar. Não há. É impossível.

Não se engane, nem se ludribie por pouco. O muito é que tem que roubar seus olhos.

E, não adianta criar muitos conceitos ou preferências. Tudo isso se perde num olhar, Helena. Ou, numa troca deles… O que for. O amor não é um jogo, não é uma troca. O amor não é perfeito, nem frágil. Como já lhe disse anteriormente, o amor é um Oficial reformado de milhares de anos que já venceu muitas guerras. Não baixe a guarda. Uma vez frágil, eternamente perdida.
E mais uma vez, não se engane. A dor não passa, ela apenas te ensina a passar. Passar sem ser notada pela vida, Querida. Existir não é o bastante e partir sem ser notada, tampouco. Lute. O fraco não é o perdedor mas sim, o que desiste. Não desista e, não lute em guerras perdidas. Não adianta lutar contra seu coração, Helena. Mas agora, já é tarde demais para eu lhe dizer isso, não é?

Só te peço como um último súplicio, Helena… Por favor, não se habitue ao não-sentir. Não caia no inferno. Não se renda ao comodismo de não-lutar. 

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