quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Tenha piedade, Ó tempo!


Laurinha, meu doce, meu dengo e muitos outros meus”; lembro-me de ouvi-lo chamando-a assim. Laura, pelo que pude constatar, morria por tudo. Medo, angustia, tristeza, vergonha e sem tardar, é claro: de amor. Seus olhos azul-céu eram de uma profundidade que permitia-nos mergulhar em queda livre, não havia fim para todo aquele brilho, paz e esperanças. Espelhavam sua alma com perfeição. Seus dentes pareciam pérolas eternizavam seu lindíssimo sorriso em quem quer que o visse. Seu sorriso podia ser o Sol ou a Lua, ou simplesmente, ofuscá-los. 

As coisas entre ela e o moço eram invejáveis. Ah!, antes que eu me esqueça… Ele se chamava João. Nunca discutiam, raramente convergiam de opinião e desavenças, jamais foram vistas. Era simples e surpreendentemente, era amor. Via-se nos gestos, nos olhos, na forma como se tocavam… Sem complicações:eles eram felizes. E então, cresceram. E o tempo foi maior que o sentimento. João seguiu o vento e Laura ficou. Seus cabelos esvoaçantes serviam agora para enxugar suas lágrimas e seus seios possuíam rasgos do tamanho do Mundo. Era a saudade e quem sabe até a necessidade; de pouca coisa, talvez. Um abraço só, podia ser…

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