Os dias sucedem-se com o vago espaço que ficou entre nós e de repente, eu. Tua falta me rasga, mulher! A música que ecoa nessa alma oca é o teu choro baixinho, e aquele teu perfume floral ainda assola esse coração mascarado. Sinto repúdio, mulher. Sinto repúdio da imagem que reflete no espelho. Desonra este amante solitário suas ações egoístas. E ainda parte. Praticamente despedaça ao meio a metade que me restou ser. Sou resto agora. Nem cacos mereço ser, mulher. Nem cacos!
Couberam a mim os farrapos, os trapos, os panos de saco. Couberam a mim as migalhas, a lavagem. Coube a mim tudo aquilo que quis: o sumo do sumo do resto da podridão em que me meti: a desonra de trair-lhe. Caí em pecado e agora estou a pagar pelo mal que lhe fiz — será que este é o inferno? Isto é o fim? —. Merecedor, eu sou! Urge a dor, urge o tempo, urge a lembranças das lágrimas que te fiz derramar.
Oh mulher, ser abençoado e protegido de Vossa Divindade, tenha dó desse amante torto. Mesmo não sendo eu merecedor, tombe-se a sentir piedade por esse ser humilhado e jogado as traças. Lembre-se que já fomos juntos amor e amantes, lembre-se do vinho e das rosas. Lembre-se de nossos corpos se unindo e se consumindo em paixão. LEMBRE-SE! (Em letras maiúsculas). Arranque-me desta prisão de me ser ou me mate de uma vez.
E no fenecer deste nosso amor manchado ei eu de dizer ainda:
“— Puis je suis devenu star par le votre pardon.” (E pelo seu perdão me tornei estrela).
“— Puis je suis devenu star par le votre pardon.” (E pelo seu perdão me tornei estrela).
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