sábado, 23 de junho de 2012


Fernanda querida, chore todas as tuas dores. Desespere-se, perca o controle! Pelo menos uma vez na vida, deixe de ser você. Eu sei, as vezes é insuportável nos ser e dói por muitas vezes só o fato de nossos corpos resistirem a morte. Porque a morte começa por dentro e vejo que você já jaz, querida. Tua vida se foi, como um sopro, e ninguém vê. Seu rosto, tatuado pela dor dos dias que se sucedem, é a figura mais realista da falta que alguém faz. Entrega teu coração a mim e me deixa tentar sará-lo, por favor. Deixe-me retalhar sua alma, cuidar das tuas feridas. Deixe-me descobrir um elixir qualquer que te faça querer viver novamente. Fernanda, querida, não saias sem aproveitar o melhor da festa. Viva para sorrir, para rir. Viva para ser feliz. Porque eu sei que uma hora ou outra, você vai. Assim como eu.

Arranca de ti as rosas que colocaram, arranca de ti essa coroa de flores. Arranca já! Arranje um perfume e deixe de lado esse aroma de velório. Fuja de ser você, se não aguentar mais, mas não desista de viver. Não desista de sonhar e ter esperanças. Algo bom para alguém bom. Sempre tem.

Helena.

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