terça-feira, 21 de agosto de 2012

Francisco, obrigada por me destruir.


Deu-me suas palavras doces, e suas atitudes mais afáveis. Deu-me atenção e fez entender até que me amava, quando no fim de tudo, só amou a si mesmo. Essa é a única verdade, você só ama a si mesmo, Francisco. E pensei que seria diferente, porque afinal, eu me revelei a você. Me despi da minha coraça e te mostrei minha face mais vulnerável. Te amei, Francisco. Com corpo, alma e coração, eu te amei. E amo, ainda amo; por mais esforço que faças em tentar me ferir - e mesmo obtendo sucesso em todas as tentativas -, meu amor não se foi. Ele continua aqui. E cada pulso do meu coração, cada respiração minha, cada vez que pisco os meus olhos ou quando o meu sangue pulsa em minhas veias, minh'alma se desfaz de amores por você. Em vão são todos os esforços que faço para enterrar esse amor. Enterrá-lo seria como enterrar a mim, e toda a vida que ainda habita este corpo. Francisco, querido, não posso suplicar teu amor. Amor não se mendiga.

Espero que seus olhos se abram antes que os meus se fechem, e que se coração se retome de suas faculdades antes que o meu pare de bater. Espero com veemência que ainda haja amor aí dentro, Francisco. Porque meu caro, os corpos padecem pelos males da alma, e o meu não há de resistir muito mais. Meus olhos piscam, meus pulmões se enchem e esvaziam de ar, meu coração pulsa, minhas veias sobresaem à esta pele pálida. Minhas lágrimas escoam, meus lábios enrrugam-se, meus olhos se fecham. E quando se fecharem, não mais abriram; minha alma padece esquálida de tanta dor. Minh'alma, Francisco, é um amontoado de cacos e todas as minhas palavras agora são memórias póstumas. Teu amor está me consumindo. Meus sentimentos são maiores que eu, e me inundam. Não há espaço, não há como escoar tudo isso. Minhas entrelinhas foram rabiscadas, não há mais como me decifrar. Minha dor, minha temida e terrível dor, não cessa mais. Nem de dia, nem a noite. Não cessa nunca. Não há sol nem luz, não há mais sonhos ou esperança, só há a morbidez da espera da tua volta. Por deus, ou todas aquelas divindades em que você acredita, escute-me dizer pela última vez que minha alma vai, o corpo padece e a carne pode até apodrecer, mas o meu amor, Francisco, meu amor por você nunca vai morrer.



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